Diário de Bordo

Thursday, September 4, 2008

Belize

Belize, sexta-feira 21 de agosto

O ônibus que peguei em Chetumal para a cidade do Belize pode ser por pouco ser chamado de ônibus, mas seria o primeiro de uma série de veículos caindo aos pedaços que ainda usaria. Poucos viajantes, um pouco de mennonitas, alguns europeus, uma australiana e uma israelense hippie que perdeu a mala e não sabia que precisava de visto para entrar em Belize.

Belize City parece um favelão.

Tuesday, September 2, 2008

Canun-Chichen Itza

Cancun, Quarta-Feira 20 de agosto

Passei o dia na praia. Aqui é o paraíso. Areia branca, fininha, água morna. O mar é uma jóia de jade, com diversas variações de tons azuis e verdes.

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Chichen Itza, quinta-feira 21 de agosto

Peguei uma excursão para Chichen Itza, uma das novas 7 maravilhas do mundo. O guia era um arqueologo maia bem humorado. Deu para notar as habitações maias e aldeias no caminho (2.5 horas de ônibus ao estado de Yucatan) meio a uma densa vegetação tropical em uma planície onde qualquer elevação mais alta que um ovo se pode notar.

Almoçamos em um restaurante típico, com danças maia-espanholas.

Teotihuacan é imponente, mas Chichen Iza foi de deixar de boca aberta. A grandiosidade, ao mesmo tempo a delicadesa e riqueza de detalhes das construções revelam o avanço da civilização maia. Chichen funcionava mais como um centro civil e religioso que uma urbe como compreendemos nas maiorias das sociedades, onde a cidade é destinada à vida do dia-a-dia da populãção comum. Os camponeses viviam ao redor desses massivos centros, vendendo seus produtos e excedentes nas cidades sagradas.

Construções como o Observatório, a Pirâmide, o Castillo, guardam mistérios, mantidos em uma rica simbologia onde cada pedra possui um significado. Se você bate palmas diante das escadas da Pirâmide, o eco reproduz o canto do quetzal, o pássaro sagrado, mas se sai uns poucos metros ao lado das escadas, o eco é comum. No soltício de verão há uma sombra projetada sobre a lateral de uma escada que mimetiza o corpo de uma serpente, encaixando com a cabeça esculpida.

Fomos ao cenote (poço de provável origem na queda de fragmento de meteoros, Yucatan teria sido o lugar do impacto maior do meteoro que causou a extinção dos dinossauros), que era o local sagrado de sacrifícios dos maias. Mergulhei naquelas águas azuis cristalinas, onde não dá para achar o fundo.

Cheguei tarde e peguei um ônibus para Chetumal, na fronteira com o Belize.

Mexico - Cancun

Mexico, DF Segunda Feira, 18 de agosto de 2008

Saí procurar passagem aérea hoje e passei a tarde na Biblioteca pública. O hostel é bem legal, já quase uma semana aqui, aproveitei bastante, há um bar, um barmen sempre borracho. Não há muito mochileiros americanos (essa época re-inicia as aulas nos EUA) mas bastantes europeus e israelenses.
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Cancun Terça-Feira, 19 de agosto de 2008

Peguei o vôo cedo para Cancun pela Aviacsa. A diferença de serviço em relação às companhias aéreas americanas é gritante: em um vôo de duas horas servem um almoço completo.

O dinheiro do turismo investido em todo o estado de Quintana Roo trouxe um desenvolvimento capitalista imaginável para Cancun. Abundam lojas de marcas de luxo, shoppings, redes de fastfoods, vendedoras de carros como Bentley, Mercedes, BMW. Parece muito os EUA, nada mal para um país que limita constitucionalmente a posse de terras por estrangeiros e a atuação de companhias multinacionais.

Os locais são maias yucatecos, baixinhos, muito educados.

Saturday, August 23, 2008

Mexico D.F. todavia...

Sexta-Feira, 15 de agosto de 2008

Fui 'a Basilica de Na. Sr.a de Guadalupe e visitei a area norte da cidade.

Notei que o complexo da Basilica repete um conceito pre-colombiano dos mexicanos de criarem grandes centros civil-religiosos em torno de uma area comum. E' assim no Zocalo, a praca central da cidade, onde ficava o Templo Mayor Azteca, cujas pedras apos sua demolicao foram aproveitados para construir a Catedral da Cidade do Mexico. Tambem assume essa funcao de geografia do poder e de fe' a Hermosa Provincia da Iglesia Luz del Mundo em Guadalajara, e os grandes centros cerimoniais como Teotihuacan (que devo ir visitar domingo), repetindo os elementos de edificios grandiosos ao redor da praca central, onde o individuo sente-se minusculo, diminuto, inexpressivel diante de santuarios pantagruelicos.

Na zona norte da cidade, regiao da Basilica e Aragon sao de classes trabalhadoras, enquanto Linda Vista e' uma area classe media, onde circulam carros europeus, abundam lojas de grifes, escolas privadas e shopping malls. Nesse bairro visitei a Universidad del Tepeyac, onde tem um dos unicos programas de antropologia religiosa do mundo. O Maestro Fernando me recebeu, um eruditos de bigode e cavanhaque e um olhar serio, me apresentou o programa, sua escola filosofica (que reflete a ala liberal mexicana: "somos laicos" e conversamos sobre o Pe Mier e a ahistoricidade da aparicao de Guadalupe.

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Sabado 16 de Agosto de 2008
Acordei cedo, peguei o Metro, que ainda que esteja sempre lotado, e´ eficiente e barato, por dois pesos (0.50 US dollars) vai a qualquer parte da cidade, um trem a cada cinco minutos. Fui 'a estacao Central de Autubuses Norte e comprei o bilhete para Pachuca, estado de Hidalgo.

Localizada em um vale arido no estado de Hidalgo, a duas horas de Mexico DF, Pachuca e' uma cidade mineradora, que como toda cidade mineradora, sofre com o fim da jazida. Peguei um taxi que me levou 'a Colonia Venta Prieta, onde ha duas sinagogas nativas mexicanas.

O motorista me deixou na rua principal da Colonia, que consiste de umas 200 casas a beira da rodovia. Vi um senhor andando vestido como para uma cerimonia (Sunday Best, sic!) . Abordei-o e era David Gonzalez, presidente da congregacao israelita ortodoxa local (ha outra congregacao conservadora, liderada por um primo dele). Ele me levou ate' a esquina, onde atras de um muro azul de 2,5 metros, sem indicacao alguma, estava a sinagoga.

O servico e' ortodoxo, tradicional, com aspectos askenazi, salvo pela doce pronunciacao sefardi do hebraico (com sotaque espanhol) e a Tebah (mesa onde e' lido os textos) no centro da sinagoga. Ha' uma mehitsa (separacao) com uma cortina mantendo as mulheres (as casadas de veus ou chapeus, vestidas como para uma festa, com joias e maquiagem) separadas dos homens. Havia uns aproximadamente umas 80 pessoas. O servico e' dirigido pelos parnassim (anciaos) ja que o rabino nao veio hoje.

Depois do servico, demonstrando uma hospitalidade tipicamente mexicana, me cercaram fazendo perguntas e insistindo para passar o Shabbat com eles. Fui com uma familia, onde a poucas quadras dali esperava o almoco.

Foi uma tarde agradavel, fazem muitas piadas (chistes) e quebralenguas, contam estorias devocionais, pergutaram muito sobre o Brasil e a Nacao (judaica). Na comunidade alguns casaram com estrangeiros, havia um chileno hassid na familia e me disseram que alguns casaram com russos e (pasmem) duas brasileiras que vivem ali em Pachuca.

Sao todos aparentados, da familia Tellez, cripto-judeus, que sairam do segredo a quase oitenta anos e agora se direcionam cada vez mais para o judaismo ortodoxo. Muito dos homens usam kippah todos os dias.

Infelizmente, em respeito ao Shabbat, nao foi possivel tirar fotos. De lembranca, restou o Kippah graciosamente a mim dado por eles.

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Domingo, 16 de Agosto de 2008
Dia quente. Nem imaginava que sofreria tanto hoje.
Fiz o check out do hostel, pois planejava visitar a Congregacao Crista e depois ir a Teotihuacan e a noite partir para a longa (25 horas) jornada ate' Cancun.

Desci na estacao mais proxima da igreja, no Bosque de Aragon (o Ibiapuera mexicano, com gente fazendo exercicios, correndo com cachorros, matronas fofocando fingindo fazer caminhadas), e andei com minha tampouco leve mochila atraves do parque. Perguntei a um guarda onde ficava a rua San Juan de Aragon, ele me indicou com uma cara de pena. Era umas quadro grandes quadras dali.

Andei, achei a bendita San Juan de Aragon, mas nada de achar a Avenida Rio Viejo, que supostamente seria uma das ultimas ruas laterais dela. Peguei um taxi, um fusquinha verde, sem o banco da frente e que dava para sentir meus pes no chao quando passava nas lombadas. O motorista foi muito amavel em procurar a dita Rio Viejo e cobrou uma corrida fixa, mas foi incapaz de achar a tal avenida. Todavia, me explicou que havia Calzada San Juan de Aragon e Camino San Juan de Aragon. Me levou 'a Calzada e me deixou ali, a poucos metros encontrei a igreja, onde ja escutava os hinos.

A igreja e' pequena, umas 30 pessoas no culto, poucos jovens (so' dois recitativos), com alguns brasileiros. O cooperador muito prestativo, me deu uma carona ate uma estacao onde peguei o onibus para Teotihuacan. Eis ai o comeco da penuria.

O onibus era uns daqueles ilegais, com bancos soltos, que os locais usam para transitar a um baixissimo custo. Ele nao me deixou nas ruinas, mas 1 Km antes, caminhei sob o sol escaldante para descobrir que nao aceitavam cartao de credito e nao havia local para deixar minha mochila. Tive que pagar um taxi, um yucateco falador que fazia uma semana que estava ali, para me levar ao povoado de San Jose de Tiotihuacan para pegar dinheiro em efectivo. Depois de fazer cara de bravo, cara de choro, cara de raiva, cara de suplica, um funcionario do parque consentiu de guardar minha mochila em um quartinho deles. Obviamente teve a ''mordida''.

Teotihuacan e' de tirar o folego. Sao inumeras construcoes da maior cidade mexica que restou (Tenochtilan era maior, mas foi destroida pelos espanhois, dando lugar a cidade do Mexico). As piramides do Sol e da Lua sao pontos daonde se admira todo o vale, chamado de cuenca, emoldurado por montanhas.

E' um sufoco escalar as piramides, com muita gente, com muito calor, com muito vendedores ambulantes.

E' engracado que, antes de Cortez, ja transitavam vendedores ambulantes de todo tipo de quinquilharias por aquela area e hoje seus descendente continuam no oficio.

Voltei em um onibus lotado, de pe, com minha mochila, para descobrir que nao havia mais lugar para Cancun, menos mal, descobri que um bilhete de aviao sai por 200 pesos mais baratos e dura somente duas horas.

CONTINUA....

Friday, August 15, 2008

Monterrey - Guadalajara

Está difícil de achar um computador que trabalhe propriamente .... :( entao depois adiciono algumas fotos.
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Sabado, 9 de Agosto
Passei o dia inteiros nos Museus. Monterrey é uma cidade rica, onde o histórico e o moderno se fundem. É impressivo viajar pela semi-árida campina do Texas e no Noreste (parte dos estados mexicanos de Coahuila, Nuevo Leon e Tamaulipas) que é uma planície sem acidentes, quando depara com a muralha que é a Sierra Maestra Oriental. Monterrey está no sopé da montanha.
O que notei aqui é o racionamento de água.
Encontrei um brasileiro perdido no hostel, veio para estudar.
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Domingo, 10 de Agosto
Fui 'a igreja hoje, uma sala comercial (estao construindo um predio) em um bairro de classe média ao norte da cidade. Os irmaos sao muitos carinhosos e receptivos.
Depois de almocar em uma taqueria fomos a Reynosa, fronteira com os EUA, onde teve um batismo.
Reynosa é bem quente e com pó por todo o lado. Menos desenvolvida, um contraste em relacao 'a rica Monterrey.
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Segunda, 11 de Agosto
Peguei o onibus para Guadalajara, Jalisco (centro oeste do Mexico), passei por alguns lugares pintoresco. Saltillo é um oásis, nao dava para imaginar concessionarias de automoveis de luxo no meio do deserto. Zacatecas me pareceu bem decadente. Aguascalientes é melhorzinha.
A paisagem varia, vegetacao arbustiva até chegar em áreas de rochas somente. Quase nao ha agricultura, excepto alguns gados magros.
Cheguei tarde em Guadalajara, o taxista me disse que havia uma praca chamada Brasil na cidade, amanha vou ve-la.
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Terca, 12 de Agosto
Meio chuvoso pela manha, aproveitei para lavar algumas roupas e atualizar algumas anotacoes. Pela tarde sai no centro da cidade. Guadalajara, com seus 8 milhoes de habitantes lembra muito as metropoles brasileiras: comercio barulhento, calcadoes populosos, vendedores ambulantes a cada dois passos. Fui a um mercado popular (Juan de Dios creio eu),muito agitado e ainda era final de tarde.
A noite peguei o onibus (lotado) para a zona leste da cidade, um bairro de trabalhadores, com casas coloridas (algumas faltando cores) ate chegar na Hermosa Provincia, bairro onde a igreja La Luz del Mundo possui sua sede.
Ja lera que a Hermosa Provincia (um oximoro) era o ''vaticano'' da La Luz del Mundo e de fato, alguns blocos antes de chegar 'a igreja, as ruas estavam fechadas, dava para notar as hermanas de véus e vestidos longos e dezenas de barraquinhas vendendo desde comida, roupas, literatura da igreja, fotos do ''Apóstol'' Samuel Joaquín Flores.
As ruas que convergem ao templo tornaram parte do local de culto, com mulheres sentadas separadas dos homens, caixas de som transmitindo a pregacao, enquanto devotos tomavam notas interropidas por exclamacoes como ¡Glórias al apóstol de Diós! velhos amigos se reencontravam, jovens namoravam, velhinhas batiam papos animados.
Pela densidade e tamanho da area, estimo que haveria umas 30 mil pessoas, é a semana da Santa Ceia e atrai peregrinos da Luz del Mundo de toda as partes. Sao na maioria mestizos ou indígenas de classe trabalhora e média. Há varias instituicoes sociais espalhadas pela Hermosa Provincia, hospital, correio, destacamento policial.
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Quarta, 13 de Agosto
Viajem para Mexico, DF.
Quase perdi o onibus, pois o onibus urbano parava a cada esquina.
A paisagem muda, com bastante verde, regiao montanhosa, agricultura (notei plantacoes de agave) e pecuaria.
O hostel fica na regiao central, sem problemas de locomocao, pois o metro da cidade do Mexico é bem eficiente (mais cheio que lata de sardinha).
***Quinta, 14 de Agosto
Fui ao consulado do Belize tirar o visto e nesse bairro (Lomas de Chatultepec) fica outras representacoes diplomaticas, como a do Brasil. Estava passeando tirando fotos distraidos, quando um guardinha mexicano pediu para ver minha bolsa e camera. Devido ele ser educado e estar com uma submetralhadora, consenti. Ele me explicou que estava na frente da Embaixada de Israel (nenhuma placa indicava) e que nao podia tirar fotos dali (nenhuma placa indicava), ele estava para me liberar quando recebeu ordens para me deter ate que um agente (mosad) da embaixada viria me entrevistar.
O agente foi inquistivo mas me tratou bem (talves pelo fato de ser estrangeiro, porque havia alguns mexicanos tirando visto na frente da embaixada, e os segurancas espalharam os papeis dele pela calcada e o mantinham sob mira, enquanto preenchia os formularios em pe e fazia entrevista por um interfone), depois de uma hora me liberaram.
Passei a tarde no Museu Nacional de Antropologia e Historia, fascinante, com artefatos etnologicos de culturas passadas e presentes do Mexico. Assisti uma cerimonia de Danza del Pallo.

Saturday, August 9, 2008

Fall River, Dallas, Monterrey

Keeping an updated travelblog has been a quite difficult task, but here is what I have done in the last couple days.
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Wednesday - August 6th
I should be wasted after spending the whole night awake packing and doing the last arrangements for the trip, but the excitment made me to leave early.
My parents took me to Providence, where I took an always ever suffocating and now narrower plane (now charging US$15.00 for every bag).
Dallas still looks great. Wide roads, modern buildings, tanned Texan blonde girls, parades of luxury cars.
I met some friends and people that I had seen in decades as well as making new friends, and had the usual warm reception by my folks.
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Thursday- August 7th
Hangging around with friends, packing some books.
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Friday- August 8th
I caught the bus after some confusion (the bus would be late, but came on time on its first station). It is a Mexican-American bus line, Turimex and there I went by 12 hours across the prairie, seated on the side of nice and talkative Mexicans. There is no need of ice breakers for them, but a open (sometimes golden) smile.


Here I am crossing the Rio Grande (Rìo Bravo for the Mexicans)
Aduna Mexicana



Saturday, August 2, 2008

Preparativos

"All journeys have secret destinations of which the traveler is unaware". Martin Buber

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"A good traveler has no fixed plans, and is not intent on arriving." Lao Tzu


Map for my trip
(it's not hard to believe it was drawn by me.... definitely I'm not an artist...)


CONTACT/O


MSN: leo_alves1 @yahoo.com
Sype leo.m.alves
Orkut: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=787059759058499541
Facebook: http://www.facebook.com/profile.php?id=49408256
Myspace: http://myspace.com/leonardoalves
Asmallworld (oh... that's too much networking sites)

INTINERARY

Day Temptative Date Location
1 Wednesday August 6 PVD/Dallas
2 Thursday August 7 Dallas
3 Friday August 8 Dallas/Monterrey